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POMBOS ESTÃO DESTRUINDO MONUMENTOS HISTÓRICOS DE VENEZA
05/08/2007
Os monumentos históricos e os palácios de Veneza são diariamente "agredidos" à bicada por uma verdadeira "invasão" de pombos na cidade dos canais, de acordo com uma denúncia da Superintendência Arqueológica, publicada num jornal local.
Os pombos não apenas sujam e destroem os monumentos com os seus excrementos corrosivos, mas também devastam a golpes de bicada as preciosas estátuas e baixos-relevos da cidade.
A situação é ainda mais grave na famosíssima Praça de São Marcos, onde se encontram alguns dos mais importantes monumentos da cidade, como a Basílica, o Palácio Ducal ou a Biblioteca Marciana, e onde se concentram dezenas de milhares de pombos.
O jornal "Nova Veneza" explica hoje que a Superintendência Arqueológica da cidade, observando algumas fotografias das restaurações que estão a ser efectuadas na fachada do Palácio Real, deu-se conta de que certos baixos-relevos estão em alguns sítios completamente destruídos por bicadas dos pombos.
Todas as estátuas estudadas apresentam lesões sempre nos mesmos pontos, o nariz e os ombros das figuras, que é onde os pombos se agarram ou afiam os bicos, bem como em outras zonas onde crescem musgo e pequenos limos, de que se alimentam.
Face à destruição operada por estes pássaros com os seus bicos e garras, o responsável da conservação da Basílica de San Marco, Ettore Vio, escreveu à Superintendência Arqueológica da cidade para pedir que tome medidas urgentes para pôr termo à maciça presença de pombos, pelo menos, no centro histórico.
Segundo o jornal, as autoridades acreditam que a principal medida será afastar da Praça de São Marcos os vendedores de milho, que atraem à zona todos os pombos da cidade.
Cada pequeno saco de milho custa um euro e garante refeição diária a uma dezena de pombos, que acorrem maciçamente ao local certos de que receberão comida oferecida por muitos dos 25 milhões de turistas que visitam a cidade por ano.
Giuseppe Bortolussi, conselheiro da Câmara Municipal de Veneza, confirmou ao jornal veneziano que "a urgência está a aumentar", pelo que em Setembro será celebrada uma reunião com a responsável da Superintendência Arqueológica, Renata Codello, para "procurar soluções para o problema".